Saturday, April 15, 2017

Nova Roma do Sul

Passei o carnaval numa cidadezinha de três mil habitantes na serra gaúcha. Nova Roma do Sul se emancipou de Antônio Prado há menos de 30 anos, é mais nova que eu.

O município é um polo de aventura. E chegar até lá já foi uma grande aventura, fui para Caxias encontrar minha amiga e no fim da tarde pegamos o ônibus para o nosso destino. A viagem que dura pouco mais de uma hora, levou quase três, por causa da chuva. A paisagem, com o toque da tempestade, era de tirar o fôlego. 

Ficamos hospedadas na pousada, super charmosa Nona Rosa, dentro do parque Cia da Aventura. O casarão da década de 40 é todo de madeira e estava vazio na noite de sexta para sábado, quando pela manhã, o local começou a lotar, a pousada e o espaço para campings. Legal foi que pude viver a experiência de ser uma das duas únicas hóspedes e o clima de alegria com o espaço lotado.



O céu de lá é magnífico. Com muito mais estrelas que nas cidades iluminadas. Chegamos na noite de sexta, após a chuvarada, e foi possível ver as nuvens se abrindo e as estrelas dando show. Chorei uma tonelada, olhando aquele céu.

No sábado de manhã, acordamos com um barulho que literalmente, riscava os céus. Era a tirolesa. São três percursos, a primeira passa por cima da pousada e do restaurante, as outras atravessam o vale. Lindo demais, fizemos o circuito completo, com os três caminhos. É possível ir sentada, como fui, ou deitada de supermam.

Logo depois já fui me encaminhando para o bungee jump. Sabia que iria saltar, era o que mais queria. O processo todo é questão de minutos, recebe as instruções, amarra o elástico, se atira e volta.

Porém na minha frente tinha uma moça que ficou mais de meia hora pensando se pularia ou não, acabou não indo. Mas que angústia que me deu, por mais que cada pessoa tem a sua história, que a gente não sabe os medos/monstros que os outros enfrentam (para mim, saltar foi muito tranquilo, para aquela moça não. Mas ela pode ser uma motorista de mão cheia, coisa que eu ainda não sou por puro medo), vendo ela, questionei minha coragem.


Fui para a plataforma de salto e já cheguei pedindo para colocarem um rock, na hora tava tocando sertanejo... Colocaram um Guns.  É super seguro, vamos amarrados por um cinto que estabiliza as costas e pelo tornozelo. Na preparação, a pior parte é quando amarram o elástico, que tem 30 quilos, porque automaticamente te puxa para baixo.

Impossível não sentir a adrenalina! Até ficarmos na posição do salto, estamos presos por um gancho. Quando nos posicionamos, soltam o gancho e o elástico faz o serviço. Indescritível a sensação. É muito rápido e devagar ao mesmo tempo. Só deu tempo de gritar quando já estava lá embaixo. Não sei como conseguir ouvir o motor que abaixa o gancho que nos puxa de volta. E lamentei estar chegando ao fim.

Sei menos ainda como de cabeça para baixo atinei de prender o gancho direitinho no cinturão. Foi lindo. Lindo demais. Adrenalina é algo incrível, que nos faz sentir vivo através do medo e do deslumbramento.

No domingo pela manhã, acordamos cedo e fomos fazer o rafting, no famoso Rio das Antas. Eu já havia feito em Três Coroas, no Paranhama. Em Nova Roma, foram mais de duas horas no rio. Gostei bastante.


Metáfora do rapel

No sábado à tarde depois de descansar na sombra, fizemos umas trilhas e o rapel. De todas as coisas que fiz lá, só não curti o rapel. Descemos a cachoeira de 35 metros (metade da altura do bungee). Já quando recebíamos as instruções, comecei a pensar que era muita informação, que teria que ter bastante controle da situação e isso era tudo o que não queria naquele momento...

Se o Octavio Ianni tem a Metáfora da Viagem, eu tenho, desde então, a metáfora do rapel. Tenho que me controlar tanto no meu dia a dia, e falo emocionalmente mesmo, que ali ter controle sobre aquela corda, me pareceu mais difícil do que controlar minha cabeça.

Estava tão preocupada em manter a corda nas costas, cuidar das posturas das pernas, não dobrar o joelho, com meu cabelo q podia enrolar no freio 8, que não curti nem a cachoeira batendo em mim. Não aproveitei. Viver para mim, é estar sempre no controle, que qualquer situação que exija isso de mim, estou evitando...


Claro que isso tem a ver com o momento que estava atravessando. Um dia, quando eu estiver melhor, quero sim repetir a experiência de fazer rapel e quem sabe resignificar essa experiência e superar metáforas.

Monday, March 13, 2017

Punta Cana



O mar azul e morno do Caribe fizeram um bem para a minha alma indescritível. Foram sete dias curtindo Punta Cana num resort all inclusive (isso é importante citar porque significa que foram sete dias de bebidas liberadas). Não é ostentação, porque esse modelo de resort é bastante comum fora do Brasil, principalmente na região caribenha. Fui na alta temporada, período que não há furacões lá,o que encareceu um pouco o pacote, que foi pago em seis meses.

Punta Cana fica numa ponta da República Dominicana, onde se encontram o oceano Atlântico e o mar do Caribe. O país é vizinho do Haiti e juntos formam a ilha espanhola, colonizadas por espanhóis e posteriormente, franceses.



O hotel que ficamos é considerado um dos mais simples da região. Há opções com quadras de tênis, golf, saunas temáticas e até shopping. Como nosso objetivo era descansar do 2016 super pesado que tivemos (as amigas que foram comigo são servidoras públicas  - uma é professora municipal e a outra trabalhadora do judiciário estadual), optamos pelo mais básico possível. E outra, não há burrice maior do que pagar por algo que não vamos usar.

A surpresa é que tem muita coisa, muitos passeios para fazer lá. Desde que definimos nossa viagem, falávamos da necessidade de passar um dia na capital, Santo Domingo, para sairmos do mundo a parte dos resorts e sentimos um pouco da realidade.

Fora isso, realizamos mais dois passeios. Acreditem, três passeios é nada perto de tudo que eles tem a oferecer. Não fui ao mergulho com os golfinhos, atração clássica e super concorrida, pois acho que por eles serem seres inconscientes não devem ser usados para diversão dos humanos. Também não fiz nenhuma noite lá, quando viajo acabo dormindo mais cedo que o normal e madrugando, feliz, para aproveitar o dia. E o principal motivo, não estava no clima.

Ilha Saona e Juanillo

A Ilha Saona é o passeio mais popular de lá, Juanillo o mais caro. Ambos são de dia inteiro, em catamarãs com muita bebida e animação (falsa) a bordo. Até o destino final, a Ilha e a praia de Juanillo há paradas estratégicas em alto mar para mergulho e ver estrelas marinhas, a água transparente e morna é um convite. Dificilmente alguém resistia e ficava no catamarã. Nos dois passeios, assim que chegamos ao destino já fomos almoçar, há toda uma estrutura de restaurante nas praias e a comida, é deliciosa.

Em Saona, era buffet, bastante variedade de saladas e frutas, massa, beringela (eles adoram beringelas, colocam em tudo e eu adorei isso), carnes e peixes. Já em Juanillo, a gente escolhia o cardápio antes de partir, havia opção com carne, frango, lagosta e vegetariana, com entrada, prato principal e sobremesa. Além das bebidas, água, refris, cerveja e drinks. Tudo liberado e incluído no valor do passeio. Ressalto que o valor dos passeios que fizemos foram menores do que havíamos pensado e até mesmo pesquisado.



O ruim era comer enlouquecidamente e depois entrar no mar. Ambas as praias são lindas, de um mar azul indescritível, com coqueiros na areia e esteiras nos esperando. Parecia um sonho, rodeado da mais cruel e excludente realidade.

Na Ilha de Saona, fomos para uma praia exclusiva para que comprasse o passeio pela CVC. A praia de Juanillo fica dentro de um condomínio privado, cujo dono é o cantor Julio Iglesias e se sócio, Donald Trump. Estava almoçando quando soube disso, tive que me segurar para não vomitar. "Nos venderam com tudo dentro", me disse um guia ao contar que a grande maioria das praias na República Domicana são privadas. Próximo ao local que estávamos, havia apenas duas praias públicas, onde todos podem ir - inclusive dominicanos.

Por exemplo, nosso hotel ficava na Praia de Bávaro, mas nós não tínhamos acesso a toda a praia, podíamos caminhar, mas sentar e permanecer um dia só na faixa de areia que correspondia ao nosso hotel. Para os trabalhadores dos hotéis curtir a praia depois do expediente, só pagando uma taxa para o hotel, como se fosse uma diária. Conto isso, com o estômago revirado e o coração apertado.

Oyo azul

Depois do dia na praia de Juanillo, fomos para a caverna do olho azul, dentro do Scape Parque. Depois de uns 15 minutos por uma trilha aberta, de nível 1, chegamos ao cenote que tem um lago dentro. A água é de diversos tons de azul, lindíssimo. Mas tão gelada, que só de eu colocar o pé na água, pensei que o sangue pudesse coagular... 



Exageros a parte, o lugar é lindo, mas não me animei a mergulhar por causa da temperatura da água. Esses cenotes são comuns em toda o país.

Santo Domingo

A ida para a capital é cansativa, cerca de 2h30 de ônibus e ficamos majoritariamente na área colonial. O que válido, pois tivemos tempo de ir no museu do Cristóvão Colombo, lindo por sinal. E ruim, pois não conhecemos a cidade, de fato. Fomos também na primeira catedral da América Latina, um dos momentos mais divertidos do passeios, pois lá nesta igreja é proibido entrar com roupas curtas ou regatas. Então foi um festival de caras feias (inclusive a minha) e pessoas enroladas em tecidos que os próprios guias distribuíram. Ah, lá é inverno agora, mas a temperatura mais baixa que pegamos foi 20 graus. Neste dia que fomos a Santo Domingo, estava um calor infernal.



Toda a estrutura do passeio deu um show em outros passeios que fiz em diversos países que já fui. Eu adoro museus, mas muitas vezes, quando não falamos a língua, se torna um saco e cansativo, o que não aconteceu lá em Santo Domingo.

A nossa ida à capital aconteceu no penúltimo dia da viagem e encerramos com chave de ouro. Parte da cidade é costeada pelo mar do Caribe, achei lindo. No caminho de volta, fomos acompanhados por esse mar, praticamente o tempo todo.

Muita gente me criticou por eu ir numa viagem “ostentação”, confesso que não entendi o porquê das críticas. Eu curto viajar e qualquer lugar é válido. Tive experiências únicas em Punta Cana, refleti muito sobre o meu estado interno que não era tão bonito quanto o daquele lugar e sobre as desigualdades que nos rodeiam.


Sem dúvida, é um lugar que eu voltaria, gostaria de ter condições de levar meus pais lá. E principalmente, acho que seria legal voltar num momento que estivesse me sentido melhor e de fato, merecedora de tudo aquilo que o universo me dava.

Sunday, March 05, 2017

Viajar

Sempre soube que seria um ser viajante. Desde criança, meus sonhos eram direcionados para ver o mundo mais do que qualquer outra coisa. Passei pelo óbvio ao considerar fazer turismo ou ser comissária de bordo, coisas que não se concretizaram – ainda bem. Há uma grande diferença entre viajar e trabalhar com viagens.

Já tive a oportunidade de conhecer alguns lugares na Europa, na América Latina e no Brasil, infelizmente, conheço pouco do nosso Rio Grande do Sul. E aprendi algumas coisas, principalmente em relação ao tempo ou a percepção dele quando viajamos. E o mais importante, que a nossa entrega a curtir a viagem está diretamente ligada com a nossa energia.

Aproveitei viagens de quatro dias para um lugar próximo muito mais que dois meses na Europa, pelo simples – e difícil – fato de estar feliz, satisfeita e em paz com o momento que estava atravessando.                                             

Recentemente, no mês de fevereiro fiz duas viagens totalmente diferentes entre si. Uma para Punta Cana, na República Dominicana. Foram sete dias com duas amigas num resort all inclusive, em um dos destinos mais procurados do Caribe. A outra, um feriadão de carnaval no interior do Rio Grande do Sul, em Nova Roma do Sul, onde me hospedei dentro de um parque de aventuras.

É sobre essas duas experiências que pretendo escrever. Não se trata de qual curti mais, foram realidades completamente diferentes. Consigo pontuar apenas três aspectos em comum e totalmente pessoais: o fato de eu não estar num momento feliz e satisfeita, o contato com a natureza e o aprendizado que esses dois locais me trouxeram.


Vamos embarcar?

Wednesday, February 08, 2017

Da desilusão ou da aprendizagem


Não importa o que eu esteja fazendo. Posso estar trabalhando, no meio de uma matéria, planejando a próxima viagem, dando risada com as amigas numa mesa de bar, de bunda para cima no pilates, pesquisando bobagens no Google, procurando a graça na vida e de repente me lembro das tuas promessas. "Nunca vou enjoar de você", "confio muito no nosso amor", "vou lutar por você", “não vou aceitar romper”... E desabo, porque você enjoou, desistiu e não lutou. Decretou game over no primeiro obstáculo da primeira fase.

Pensando nisso, me dou conta que entre as coisas que aprendi contigo, talvez a mais importante é pensar a felicidade como algo abstrato demais. E isso de uma certa maneira, me liberta, não preciso mais me exigir ser feliz, buscar isso. Felicidade não existe, é querer demais. O que importa mesmo é executar as nossas tarefas. Ao perceber isso, num primeiro momento, acho triste e raso. Depois me conformo e me torno uma mera tarefeira. E viver é tarefa primordial quando se nasce.

E eu que sempre achei “só viver” coisa de gente medíocre, me pergunto agora se me tornei medíocre ou se, quando achava que era importante ser feliz. Acredita que ser feliz era a mais nobre das tarefas, do mesmo jeito que acreditava em você. 

Sunday, January 01, 2017

Hoje estou triste



Há dois anos, escrevi três textos sobre leveza. Estava num período ímpar da minha vida, de muita consciência, gratidão e, leveza. Depois de tantos anos na batalha silenciosa e árdua, estava vencendo a minha depressão e me sentia feliz. Hoje, não me sinto feliz. Sou só tristeza. Já aprendi que são momentos, ciclos, sei que vou voltar a potencializar a bendita leveza, mas agora preciso dar vazão à tristeza.

Após um 2016 bastante difícil coletivamente, vivi o pior dezembro da minha vida, me senti sozinha, humilhada, desamparada por fatores internos e externos. Depois de anos, estou vivendo minha primeira crise depressiva após ser considerada “curada” - sei que isso é normal, porém sempre tive medo de que acontecesse e ingenuamente, achava que nunca mais sofreria disso.

A tristeza, bastante potencializada pela minha natureza depressiva, tem motivo - e um sorriso lindo. Ontem, tomei um remédio pra dormir, algo que fiz pouquíssimas vezes, e de fato, só queria dormir, o que não conseguia há três noites, e parar de chorar, o que também não acontecia há dias.

Sei que a tristeza não é natural dos seres humanos. Mesmo com todas as coisas que estudo e busco para me ajudar como terapia, espiritismo, PNL, Gisele Vallin, Arly Cravo, Hélio Couto, Osho, Flavia Melissa, ainda assim, o caminho da alegria é bastante difícil para mim.

Meu terapeuta fala que é da minha natureza essa tristeza, essa batida mais densa, pesada. Nunca gostei de ouvir essa afirmação, mas compreendi o que ele dizia quando fiz o renascimento. Muito das minhas lembranças intra uterinas são de tristeza, solidão e medo. E a gente trás tudo isso na nossa mochila.

Houve períodos no ano que acabou que estava tão feliz e realizada que me culpava. Olhava em volta e via a democracia atacada, direitos ameaçados, retrocessos... E eu num estágio de felicidade por estar amando e sendo amada que comecei a me culpar, parecia não ser justo.  Hoje, me pergunto se foi neste momento que deixei o ego tomar conta da situação. Esses últimos dias, foram, também, de culpa pelo meu fracasso emocional.

Me sinto mal, pesada e cansada. Dói muito, tenho medo de como vou reagir com o que vem pela frente. Daqui alguns anos quero ler esse texto com o mesmo distanciamento que li a Trilogia da Leveza, onde quase não me reconheci. Sou muito feliz e grata por ter conhecido o amor. Mas hoje preciso acolher a minha tristeza, fruto da minha imaturidade. Preciso pensar como dar vazão ao amor que há e que não pode ser.

Percebo minha vida como se estivesse no mar, nadando, nadando para chegar na praia. Houve momentos que coloquei meus pés no chão, me ergui, consegui aproveitar as ondas, mergulhar, os dias de sol e as nuvens não me assustavam mais, lavei a alma e foi neste momento que me percebi feliz. Porém, prepotente que sou, me iludi achando que tinha controle da natureza, então veio uma onda mais forte que me derrubou e com o repuxo, voltei para o alto mar.

Agora estou aqui nadando, nadando, nadando e nadando. O corpo dói, as lágrimas embaçam a vista e as luzes da praia parecem ainda mais longe do que são. Tem momentos que eu relaxo, pareço boiar e cogito se o melhor não é deixar a maré me afundar de uma vez, mas então lembro que não posso desistir... Me debato, volto para a superfície e respiro de novo.


Feliz 2017 para vocês. Vou nadar bastante ainda. Um dia chego na praia.

Sunday, December 11, 2016

Incompleto



Não adianta nada meu corpo todo pulsar, se meu coração está dilacerado.

Wednesday, June 15, 2016

Burocracia

Do nada, ela vem. Dentro do metro quando penso que tenho que escrever sobre o processo criativo. Parece que sussurra no meu ouvido, mas já aprendi que se racionalizar muito, ela grita. Pior é quando vem no meio de uma notícia sobre economia que escrevo já com o prazo estourando. Parece que faz de propósito.

Sempre foi assim, desde criança.  Às vezes através de voz, noutras de imagens, de algo que a retina capta e a alma acha tão extraordinária que tem a pretensão de eternizar. Tem momentos que uma história fica martelando na cabeça como pingos de chuva batendo numa lata.

Tem vezes eu tenho que correr atrás dela e apelo para boas leituras para me inspirar. Até que do nada, ela vem na forma daquela mosca azul que quase bate em mim, de uma voz, de uma história que alguém conta, de uma manchete de jornal, de uma lembrança e até da obrigação de escrever um texto.

Sempre tenho que olhar todos os papéis jogados dentro da bolsa, as mensagens na caixa de rascunhos e os e-mails que envio para mim mesma, ali estão frases soltas, algumas sem nexos, que insistiram em vir à tona num momento impróprio, ou trechos de histórias ou textos inacabados.


Geralmente é a noite que organizo meus escritos, ela sai melhor com as estrelas. Ela sempre sai de algum esconderijo dentro de mim. Paro de digitar e penso, então ela não vem, ela vai. Se liberta. Tenho que reescrever. Do nada, ela vai. Como agora, me obrigando a mudar de assunto.